O espetáculo argentino Fuerza Bruta, uma das atrações do 19° Porto Alegre em Cena, foi apresentado na sexta-feira, dia 21 de setembro, em meio a muitas expectativas, afinal, havia sido uma das peças mais comentadas e esperadas pelo público do festival. A apresentação parece ter como principal objetivo provocar os instintos do público que assistia a encenação, instigando principalmente a visão, a audição e o tato.
Apesar de não apresentar início, meio e fim a coreografia prendeu os espectadores que assistiam curiosos e atentos para saber o que viria depois, quais seriam as próximas cenas que os surpreenderiam. Não sei se poderíamos chamar Fuerza Bruta de teatro, afinal a peça era composta por coreografias às vezes no estilo circense e outras similares à dança moderna.
A encenação era interativa e todos nós éramos “atores” e podíamos interagir com o cenário. Era permitido apenas tocar, mas a possibilidade de fazê-lo fez a diferença e nos “inseriu” dentro do espetáculo em algumas cenas. A trilha sonora contagiava a todos e animava a encenação. Um dos elementos mais marcantes foi o cenário, que era modificado constantemente e, também, móvel, assim, as cenas aconteciam em pontos diferentes do local trazendo sempre novos elementos cenográficos. Dessa forma, a peça tinha um ritmo dinâmico, marcado pelo movimento dos cenários.
Saí da peça com a sensação que estávamos em uma festa por acaso, afinal, a maioria esperava uma peça de teatro no estilo convencional. As músicas e a dança dos atores contagiavam a todos os presentes e quando nos dávamos por conta, todos ao redor dançavam alegremente. Com certeza foi uma das apresentações mais marcantes e diferentes que já assisti. Gostei muito da forma como ela foi apresentada e da interação que o público tinha com os atores e o cenário, ponto que a meu ver, foi uma das chaves para o sucesso da mesma, juntamente com as músicas e as coreografias.
Interativa, surpreendente, envolvente e inovadora, Fuerza Bruta conquistou o público e os surpreendeu, mostrando que no teatro ainda há espaço para o moderno e para inovações no qual o público passa de mero espectador a participante da cena, já que em nosso mundo contemporâneo tudo é cada vez mais interativo.
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